Sonic 2′ é a principal estreia da semana

“Sonic 2: O Filme” mostra como é possível fazer uma boa continuação sem copiar os acertos do primeiro filme. Sonic está mais acostumado com a Terra e, no novo longa, começa a viver como um adolescente, com o desejo por amigos e se divertir. No entanto, o retorno de Robotnik impede que ele tenha uma vida normal.

A franquia “Sonic” é a prova de que é possível sim fazer bons filmes derivados de videogame, mas para isso é preciso saber detalhes da propriedade e se comunicar com os fãs. E, desde o catastrófico lançamento do primeiro trailer, em abril de 2019, a produção responsável pelo título soube lidar com as críticas e, principalmente, com as expectativas dos admiradores do ouriço azul. 

Em 2020, chegou ao cinema a primeira empreitada de Sonic nas telonas e, misturando live-action com animação, entregou um filme divertido e com grandes nomes no elenco, como Ben Schwartz (“Depois da Festa”) dando voz ao protagonista, James Marsden (“X-Men”) como Tom, e o comediante Jim Carrey (“Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”) interpretando o vilão Robotnik. 

Assim, o primeiro filme foi um sucesso de público, chegando a 93% de aprovação no Rotten Tomatoes — um dos mais importantes agregadores online de críticas.

Com uma primeira tentativa tão bem sucedida, era de se esperar que “Sonic 2: O Filme” também caísse nas graças dos fãs e fosse um trunfo. E foi exatamente o que aconteceu. 

É claro que, com um primeiro longa já tão querido pelo público, um segundo já seria recebido com as melhores das intenções, mesmo que seja de conhecimento da crítica que a qualidade de uma produção tende a cair em suas continuações — claro, há exceções, como “O Poderoso Chefão 2”. No entanto, no caso da franquia “Sonic”, houve uma reinvenção do que foi apresentado no filme de estreia.

Se antes nós conhecíamos o ouriço azul tentando sobreviver na Terra, agora acompanhamos ele em uma fase adolescente, desobedecendo os “pais” — os humanos que cuidam dele como filho —, querendo ser um herói e usar seus poderes para o bem. Porém, tudo muda quando Robotnik consegue escapar do mundo em que estava exilado e traz Knuckles (Idris Elba) com ele. Se junta ao elenco animado do filme a personagem Tails (Colleen O’Shaughnessey).

Todos os personagens são divertidos e, com tanta química entre eles, faz o espectador se preocupar com o futuro de cada um, até mesmo do maluco Dr. Robotnik. Isso não quer dizer que há camadas de personalidades neles, mas o título permite que nos interessemos por eles ao entregar uma trama coesa e que precisa de todos para prosseguir. 

Em meio ao roteiro, diversas referências divertidas à cultura pop foram inseridas, com comentários engraçados que fazem alusão, por exemplo, a “Parks and Recreation”, série que conta com Ben Schwartz no elenco. São referenciados também títulos como “Batman”, “Velozes e Furiosos”, “Malévola”, “Os Caça-Fantasmas” e mais.

Somado à história divertida e ao ótimo elenco, o visual também chama a atenção. Se um dia a produção sofreu com o medo da rejeição por ter criado um Sonic questionável, hoje pode respirar aliviada com não apenas um personagem muito bem criado por computação gráfica, mas efeitos especiais convincentes, até mesmo quando se trata da criação de todo um novo mundo. 

“Sonic 2: O Filme” conta com uma cena pós-créditos que deixa clara a intenção de continuar a franquia para ainda mais filmes. E, caso continuem na mesma toada dos dois longas já lançados, a saga tem tudo para se tornar uma das mais queridas do cinema.

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